O Atelier

O Atelier Aldeia Puri é o espaço do artesão crafter Victor Dimitrov, dedicado a produção de peças únicas e originais feitas a mão para decoração, cozinha, alimentação e utilidades. O artesão é fascinado pelo movimento e ciências da natureza e é dedicado a construir soluções para deixar a vida mais eficiente, econômica, harmônica e saborosa.

Antes da construção do Atelier Aldeia Puri, o artesão se aprofundou no mundo das artes e artesanato craft em contato com outros espaços, exposições, artistas e artesãos. Iniciou seus trabalhos com pintura em tela no Ateliê Casa da Memória Coletiva em Itapecirica da Serra, São Paulo, depois fez residência no Atelier Cia da Terra e no Atelier Pau D'arco, ambos localizados no distrito de Paranapiacaba, Santo André, São Paulo. Muita experiência e aprendizado foram conquistados nesses espaços onde sua alma é grata por toda a eternidade.

O Atelier Aldeia Puri é derivado da experiência do artesão no campo, no Sítio Aldeia Puri, em Piracaia, São Paulo, onde a cultura e a arte invadiram sua consciência e expandiram em conceito e estética própria e original. O Atelier conta com espaço para pintura, cozinha rústica e oficina para construção de objetos e artefatos craft em alvenaria, cerâmica, plástico, madeira e metais.


Craft

O Atelier Aldeia Puri segue a estética Arts & Craft, fundindo a arte e o artesanato com o pensamento de gerar uma "massa crítica" para transformar as relações de produção e consumo em obras úteis para a reprodução digna da vida, um movimento social de compartilhamento de auto-suficiência e construção de valores justos em relação também ao meio ambiente animado e inanimado.

A arte e artesanato criado no Atelier Aldeia Puri tem função, produz harmonia e comida, produz mobília e dignidade, é empática a natureza e reutiliza e recicla materiais descartados. O pensamento do artesão é análogo a extrusão industrial, fazendo transformações de materiais com sua própria cabeça e mãos utilizando calor, umidade e trabalho, e todos os fenômenos físicos, químicos e biológicos que a natureza dá. Fazendo a extrusão manual é possível pensar, e as vezes viajar, em tipos de aquisição de energia, formas e design originais alinhados com a preservação e manutenção da natureza.


Manifesto

A história da era moderna se inicia no final do século XVIII e início do século XIX na Europa, consolida a separação da produção e do comércio e consequentemente a ruptura entre o campo e a cidade com a ascensão da industria que arregimenta artesãos e artistas para o desenvolvimento de processos industriais automatizados. 

A modernidade avançou em nível mundial, no Brasil da primeira metade do século XX a população do campo ainda era superior em comparação com a cidade e na segunda metade, após as grandes guerras mundiais, o campo foi industrializado e sitiantes foram cooptados a abandonar sua cultura e forçados pelo mercado a adquirir as novas tecnologias agrícolas mecanizadas para acompanhar o mercado, sem capital para investimentos promoveram o êxodo rural para buscar empregos nas indústrias multinacionais instaladas nos grandes centros urbanos. Alguns sitiantes resistiram e providenciaram o abastecimento para os centros urbanos conservando a cultura e identidade do campo, mas sob grande influência de governos ditatoriais e mercados “devoradores”.

No início do século XXI aumentam exponencialmente movimentos visando a conscientização sobre o meio ambiente e sobre formas de produção em harmonia com os ciclos naturais, a população da cidade começa a se sensibilizar com a população do campo, porém as relações de troca ainda continuam desiguais e injustas, ou seja, a população da cidade vem lutando por um meio ambiente saudável, mas não vivencia o trabalho junto a natureza e a população do campo tem pouco acesso a cidade para realizar suas trocas comerciais sendo desvalorizada pelo preço e ficando suscetível a companhias logísticas e industriais de insumos para conseguir atender a demanda crescente da cidade.

Com base neste contexto histórico, surge na região do Grande ABC Paulista o Atelier Aldeia Puri que empreende analisando e refletindo sobre as aparências naturais das relações de troca promovidas pela modernidade no que tange a sobrevivência e a reprodução da vida, visando assim reverter a ruptura cultural entre o campo e a cidade. Na prática, estabelece o trabalho alternativo seguindo princípios da agroecologia, da vida em comunidade, do compartilhamento de recursos, da criação de ambientes democráticos e transparentes, o desenvolvimento de novas formas de produção para a educação de jovens e trabalhadores da cidade sobre artes e ofícios. Dentro de um ambiente reflexivo e proativo o Atelier Aldeia Puri ultrapassa e cria uma efetiva integração entre o campo e a cidade.

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